Punho de Mahin abre a programação com estreia contundente no palco icônico da Lapa
Em uma data carregada de simbolismo, a Black Pantera — potência incontornável do metal brasileiro contemporâneo — sobe ao palco do Circo Voador no dia 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra, para registrar seu primeiro álbum ao vivo. O momento, inédito na trajetória do trio mineiro, marca não apenas um passo importante na consolidação de sua carreira, mas também um gesto político e cultural que reafirma as raízes, pautas e lutas que moldam a obra da banda. A noite ainda abre espaço para a estreia da Punho de Mahin, um dos nomes mais relevantes da cena Afro Punk nacional, integrando oficialmente a programação da Semana da Consciência Negra do Circo.
Com 11 anos de estrada, quatro álbuns, dois EPs, turnês internacionais e performances arrebatadoras em festivais de peso, a Black Pantera vive seu ápice criativo e performático. Formado por Charles Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (voz e baixo) e Rodrigo Pancho (bateria), o trio alcançou um protagonismo raro dentro do metal brasileiro contemporâneo, combinando técnica, vigor e discurso político com um alcance cada vez maior.
O show reunirá faixas de todas as fases da carreira, como “Perpétuo”, “Candeia”, “Tradução”, “Fogo nos Racistas”, “Padrão é o Caralho” e “Não Fode o Meu Rolê”, reafirmando a força estética e política da banda. A relação com a casa, inclusive, guarda momentos decisivos: foi ali, numa apresentação com a Dead Fish, que o diretor artístico Rafael Ramos, da gravadora Deck, assistiu à banda e a contratou imediatamente — um ponto de inflexão que ampliou horizontes e consolidou novos caminhos.
Punho de Mahin: estreia poderosa no templo da Lapa
Responsável por abrir a noite, a Punho de Mahin desembarca no Circo Voador para sua estreia mais aguardada. Formado por Natália Matos (voz), Paulo Tertuliano (bateria), Du Costa (baixo) e Camila Araújo (guitarra), o grupo se firma como uma das vozes mais contundentes do Afro Punk brasileiro. Suas composições, marcadas por urgência e visceralidade, abordam temáticas estruturantes para a população negra: racismo, machismo, violência policial, desigualdade e resistência.
O nome da banda homenageia Luíza Mahin, figura histórica fundamental na luta antiescravista e mãe do abolicionista Luiz Gama. Ainda pouco reconhecida pela historiografia tradicional, sua história ecoa na proposta estética e política do grupo, que traduz indignação, memória e ancestralidade em riffs densos e narrativas diretas.
| Foto: Divulgação |

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