Festival Povo de Pemba celebra ancestralidade, resistência e a força dos terreiros em edição histórica no Circo Voado

Lucas Correa novembro 15, 2025

O Circo Voador se prepara para receber, no domingo, 30 de novembro, a 5ª edição do Festival Povo de Pemba, que chega ao palco da Lapa como um dos eventos mais robustos e simbólicos dedicados à cultura de terreiro no Rio de Janeiro. Pela primeira vez no espaço — reduto de efervescência artística e palco de grandes movimentos culturais — o festival, realizado pelo coletivo Kalundú, reafirma sua potência ao reunir música, espiritualidade, economia criativa, debates e manifestações estéticas de matriz africana. A programação tem início às 14h, com entrada franca.

O encontro ganha ainda mais relevância ao marcar os 10 anos do Luandeiros, coletivo que se tornou referência na promoção de narrativas, práticas e expressões artísticas dos terreiros. A celebração destaca uma década de atuação comprometida com a valorização de saberes ancestrais, a preservação de memórias comunitárias e a difusão de uma estética que atravessa a política, a coletividade e o sagrado.

Um festival que integra rito, pensamento e pulsação musical

A nova edição do Povo de Pemba apresenta uma programação que evidencia a amplitude das tradições afro-brasileiras e suas múltiplas linguagens:

Competição de Curimba, enaltecendo o toque e o canto que estruturam a musicalidade dos terreiros;
Samba Fio da Navalha, que leva ao palco a força dos encontros entre roda, ancestralidade e rua;
Bloco Enxota Que Eu Vou, um dos expoentes da cena dos cortejos urbanos do Rio;
DJ Felipe Dom, responsável pela condução sonora que conecta tradição e contemporaneidade;
Mesas de debate e feira literária, oferecendo espaço para aprofundamento crítico, circulação de saberes e valorização da intelectualidade negra;
Feira de expositores, reunindo empreendedores de terreiro e fortalecendo a economia cultural afro-brasileira;
Participações especiais de Dandara Suburbana e Luiz Antônio Simas, nomes fundamentais no debate sobre identidade, história e espiritualidade.

Uma celebração que reafirma identidade e pertencimento

Mais do que uma programação cultural, o Festival Povo de Pemba se estabelece como um território de encontro e afirmação. A organização convida o público a vestir branco, cores, guias e símbolos de axé, fortalecendo a energia coletiva que atravessa o evento. Entre celebração, resistência e memória, o festival transforma o Circo Voador em um espaço-tempo de reverência ao sagrado, à música e às práticas que sustentam a herança africana no Brasil.

Com uma edição que une potência simbólica e diversidade artística, o Festival Povo de Pemba celebra a força dos terreiros, amplia sua presença na cena cultural carioca e reforça a importância de manter vivas as tradições que moldam a identidade do país.