Primeiro dia do festival no Parque do Ibirapuera foi marcado pela celebração da diversidade musical brasileira, com apresentações que foram do funk nostálgico ao frevo pernambucano, culminando com o pagode do SPC.

Crédito: @festivaltura

O Parque do Ibirapuera se transformou, neste sábado, no epicentro da música nacional com o início da quarta edição do Festival TURÁ São Paulo. Com a promessa de uma programação 100% brasileira, o evento, apresentado pelo Banco do Brasil, entregou um primeiro dia de imersão sonora, reafirmando sua vocação como uma das principais plataformas de celebração da pluralidade artística do país.

Ao longo de mais de 10 horas, os dois palcos do festival, Palco Banco do Brasil (dedicado a artistas consagrados) e Palco Sol (focado em nomes em ascensão), foram vitrines de um Brasil musicalmente rico e diverso. A curadoria, que como o nome do festival sugere, aposta na "mistura", provou sua força ao criar um roteiro coeso através de gêneros, gerações e geografias.

A jornada musical no palco principal foi aberta com a energia contagiante do Bonde do Tigrão, que transportou o público de volta aos anos 90 com hinos do funk que marcaram época e garantiram a animação desde os primeiros momentos. Na sequência, o palco se converteu em uma autêntica roda de samba sob o comando de Pretinho da Serrinha. O espetáculo foi engrandecido pela participação de dois convidados de peso: a dama do samba Leci Brandão e a potência lírica de Criolo, em um encontro que celebrou as raízes do gênero.

Um dos momentos mais aguardados do dia foi a inédita conexão Pernambuco-São Paulo promovida por Lenine e Spok Frevo Orquestra. A apresentação histórica trouxe a energia vibrante do carnaval recifense para o coração da capital paulista, fundindo a genialidade poética de Lenine com a virtuosidade instrumental da orquestra em um show potente e memorável.

A noite avançou com a sofisticação de Seu Jorge, que apresentou o repertório de seu novo álbum, Baile à lá Baiana. O show demonstrou uma fusão elegante entre as influências da soul music carioca, característica do artista, e a força rítmica da música preta da Bahia, criando uma atmosfera dançante e cheia de suingue.

Coroando a noite, o SPC subiu ao palco para "O Último Encontro", reunindo sua formação original com Alexandre Pires. O grupo entregou uma performance carregada de nostalgia e sucessos, encerrando o primeiro dia com um coro de milhares de vozes entoando clássicos do pagode que estão gravados na memória afetiva do Brasil.

Entre as atrações principais, o público não teve descanso, com as apresentações do grupo Forró das Minas e do DJ Trepanado, que mantiveram a energia pulsante no Palco Sol.

Segundo Maitê Quartucci, Head Artístico Nacional da T4F, realizadora do evento, a essência do TURÁ reside na coragem de mesclar sonoridades. "Quando criamos o Turá, pensamos em um festival que representasse a riqueza e a diversidade da música brasileira. Não temos medo de misturar", afirma. Este primeiro dia foi a prova viva dessa filosofia, oferecendo uma experiência única onde o público pôde transitar por diferentes universos musicais em um mesmo espaço.

O festival continua neste domingo (29) com mais um line-up de peso, incluindo Gloria Groove, Raça Negra, Samuel Rosa e Gabriel O Pensador, prometendo fechar a edição de 2025 com a mesma intensidade e celebração da cultura brasileira.