Entrevista com Naiara Martins | Terras do Sem-Fim | Music On The Road

Interpretar histórias, conectar-se com emoções e traduzir vivências em música são marcas registradas de Bizay. Com timbre potente e interpretação visceral, a cantora paraibana consolida sua identidade no sertanejo, ocupando espaços com autonomia, sensibilidade e autenticidade. O novo álbum “Histórias”, dividido em volumes, reflete a maturidade artística de Bizay: cada faixa é cuidadosamente construída, permitindo que o público vivencie não apenas canções, mas narrativas densas que exploram amor, paixão, frustração e superação.

O destaque mais recente do álbum é a faixa inédita “Treme na Base”, que conta com a participação especial de Guilherme e Benuto. A canção chega acompanhada de clipe gravado no histórico Bar Brahma, no centro de São Paulo, combinando uma atmosfera intimista com o peso simbólico de um espaço icônico da música brasileira. Composições autorais e regravações de clássicos, além de parcerias estratégicas, tornam este trabalho não apenas um lançamento, mas um manifesto artístico de Bizay: voz feminina que articula histórias do cotidiano com profundidade emocional, autenticidade e presença cênica inconfundível.

“Histórias” não é apenas um álbum; é um convite para mergulhar nas experiências da cantora, compreender sua visão de mundo e acompanhar a trajetória de uma artista que, mesmo vinda do sertão da Paraíba, encontrou seu lugar em um cenário tradicionalmente marcado por barreiras de gênero e geografia. Cada música representa um capítulo, cada colaboração é um encontro de trajetórias e, acima de tudo, cada interpretação é um reflexo da intensidade e do compromisso de Bizay com a música como veículo de expressão e conexão.

É nesse contexto que entrevistamos a artista, explorando suas escolhas criativas, seu universo emocional e a relevância de “Treme na Base” em sua carreira.

Music On The Road — Bizay, você se autodefine como “cantadora de histórias”, certo? Esse título não carrega apenas uma função artística, mas também muito do que você traz como verdade na música. Na sua visão, qual é o limite entre transformar a própria vida em arte e preservar a sua intimidade? Como funciona o seu processo de criação das canções?

Quando eu digo que sou cantadora de histórias, é porque acredito muito que, ao cantar, estamos contando a história de alguém. As músicas que mais me tocam são aquelas em que sinto isso. Nas minhas composições, a maioria não é sobre mim, mas sobre histórias de outras pessoas que me contam. Eu abraço essas histórias e as transformo em canções. Meu nome verdadeiro é Maria Luísa, e até brinco com isso: “Agora é Maria Luísa, depois vem a Bizay”. A arte nos dá uma liberdade poética encantadora — a possibilidade de imaginar e transmitir emoções vividas por outros. Tento levar isso para as pessoas, cantando histórias que toquem o coração delas.

Music On The Road — Você comentou que suas músicas nascem de histórias que te contam. Como é o processo de transformar essas narrativas em canções?

É muito simples e pode acontecer em qualquer momento. Às vezes, numa conversa, alguém solta uma frase que me toca e eu penso: “Isso dá música”. Tenho um bloco de notas no celular chamado “temas” e também salvo frases no Instagram. Tudo que me dá aquele “tum-tum-tum” no coração, anoto. Pode vir de algo engraçado ou de uma história intensa de amor. Quando a história fala diretamente com meu coração, sei que vai virar música.

Music On The Road — Sobre o álbum Histórias, que você lançou em etapas, qual foi a estratégia por trás desse formato e o que você queria transmitir?

Esse álbum marca uma nova fase na minha vida. Lançamos EPs com uma inédita e uma regravação, sempre escolhidas para cada momento do ano, para que as pessoas me conhecessem um pouco mais. Por exemplo, Um Traumatizado nasceu de uma frase real: “Não se cola um coração com álcool”, dita por alguém que fingia estar superado após um término. Outras faixas regravadas, como Fulminante, Onde Haja Sol e Só Você, foram escolhidas por terem grande significado para mim. Minha equipe me ajudou a estruturar tudo de forma estratégica, mas sempre preservando a emoção.

Music On The Road — Falando sobre Treme na Base, com participação de Guilherme & Benuto, como surgiu essa parceria?

Desde a primeira vez que ouvi a música, soube que queria gravá-la com uma dupla. E a primeira que pensei foram eles, mesmo achando “sonho alto”. Para minha surpresa, aceitaram. Quando ouvi a prévia com as vozes deles, chorei de emoção. Gravamos o clipe juntos e foi uma experiência incrível. Eles abraçaram a música com muito carinho, e até os fã-clubes se uniram para apoiar.

Music On The Road — Você também gravou regravações de Jorge & Mateus e Fábio Júnior. Por que escolheu essas músicas e como elas se encaixam na sua história?

Onde Haja Sol, de Jorge & Mateus, representa minha fase de juventude — eu era muito fã deles. A letra fala de um amor possível e corajoso, algo que me toca muito.Só Você, do Fábio Júnior, tem ligação com minha mãe, que me colocava para dormir ouvindo suas músicas. A escolha foi muito sentimental. Já Fulminante, do Mumuzinho, sempre esteve presente nos momentos de família e amigos. Cantar essas músicas no show ainda me emociona profundamente.

Music On The Road — Existe a possibilidade de apresentações com Jorge & Mateus, Fábio Júnior ou Mumuzinho?

Tudo é possível! Já tive a alegria de cantar com Jorge & Mateus em um show, e foi uma realização pessoal enorme. Com Mumuzinho, já trocamos mensagens de carinho, e com Fábio Júnior ainda não tive a chance de conhecer, mas é um grande sonho.

Music On The Road — E para o futuro? Como você se imagina daqui a 10 ou 20 anos?

Meu maior medo é me perder de mim mesma. Peço a Deus para manter minha essência e seguir crescendo de forma constante. Um grande sonho é fazer um show com o público cantando todas as minhas músicas. Não coloco prazos, mas acredito que está mais perto do que imagino.

A conversa com Bizay revela mais do que um álbum ou uma música; é um mergulho na essência de uma artista que transforma vivências em narrativa, emoção e presença. Entre histórias de amor, raízes nordestinas, parcerias estratégicas e a busca por autenticidade, Bizay reafirma seu compromisso com a música e com o público, ocupando espaços com sensibilidade, força e verdade.

Com “Treme na Base” e o álbum “Histórias”, Bizay não apenas canta; ela convida todos a sentir, refletir e celebrar cada emoção, consolidando-se como uma das vozes femininas mais autênticas e impactantes do sertanejo contemporâneo.

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