Apresentação inédita no Rio de Janeiro celebra os 25 anos da Orquestra com releituras de clássicos do Manguebeat e do pop afetivo de Duda Beat
Duda Beat com a Orquestra Ouro Preto (Foto
@paschoabarbara)
No coração do Rio de Janeiro, sob o cenário histórico e simbólico dos Arcos da Lapa, um encontro raro e arrebatador promete tomar a cidade na noite do próximo dia 19 de julho. A cantora pernambucana Duda Beat e a Orquestra Ouro Preto sobem ao palco juntas pela primeira vez na capital fluminense em um concerto gratuito e ao ar livre, às 20h. O evento, que marca também os 25 anos da orquestra mineira, é mais que uma apresentação: é uma celebração à inventividade, à brasilidade e à força da música como elo entre tradição e contemporaneidade.
A parceria entre Duda Beat e a Orquestra Ouro Preto teve sua estreia em São Paulo, em 2022, com ingressos esgotados e aclamação do público. Agora, esse reencontro — ampliado e maturado — se apresenta em solo carioca como um gesto democrático de arte pública, devolvendo à cidade a sua vocação como palco da diversidade cultural brasileira. O repertório, cuidadosamente costurado, une com vigor e delicadeza dois universos distintos: o pop emocional de Duda, marcado por letras confessionais e beats envolventes, e o Manguebeat, movimento revolucionário do Recife que influenciou profundamente a artista e batiza seu nome artístico.
“Não poderia estar mais feliz. Uma orquestra tão maravilhosa tocando minhas
canções e ter a oportunidade de homenagear Chico [Science] é um sonho. São
letras muito profundas e atuais”, destaca Duda, cuja trajetória se firmou
como uma das mais singulares da música pop nacional contemporânea.
Entre os destaques do setlist estão faixas autorais como Meu Pisêro e Bixinho, entrelaçadas a clássicos de Chico Science & Nação Zumbi, como A Cidade e Maracatu Atômico. As músicas ganham novas texturas sob os arranjos orquestrais de Paulo Malheiros, que imprime à obra de Duda e aos hinos do Manguebeat uma roupagem sinfônica vibrante — sem jamais diluir suas potências originais. A batida percussiva se encontra com as camadas melódicas das cordas e dos sopros em um diálogo musical que respeita as raízes e projeta novos sentidos.
Sob a regência do maestro Rodrigo Toffolo, a Orquestra Ouro Preto reafirma seu lugar como uma das mais inovadoras formações do país. “Duda é uma legítima representante da música feita em Recife, com a força e a doçura necessárias para dialogar com as raízes e o novo. Nosso primeiro encontro em São Paulo foi inesquecível, e voltar a dividir o palco com ela, no coração do Rio de Janeiro e de forma gratuita, é mais um presente para o público e para todos nós”, pontua Toffolo.
A iniciativa integra o calendário comemorativo das duas décadas e meia da
Orquestra, reconhecida por projetos que aproximam a música de concerto do
grande público por meio de repertórios que cruzam gêneros, épocas e
territórios sonoros. A apresentação conta com o patrocínio da SulAmérica,
parceira da Orquestra desde 2017, que reafirma seu compromisso com a cultura
como dimensão essencial do cuidado.
“Acreditamos que a cultura transforma e
conecta. Apoiar um encontro tão especial como este, em um espaço tão
simbólico quanto a Lapa, reforça nosso propósito de cuidar das pessoas em
todas as dimensões — inclusive no campo da arte e da emoção”, afirma Raquel
Reis, CEO da SulAmérica.
Em tempos de fragmentação e ruído, o encontro entre Duda Beat e a Orquestra Ouro Preto se impõe como um sopro de fôlego artístico e político. Um gesto de reconexão com o público, com a rua, com a memória e com o futuro da música brasileira.
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