Carol Biazin fala sobre “No Escuro Quem É Você”, primeira indicação ao
Grammy Latino e o poder da representatividade na música
|
|
Fotos: @laubernardess para @musicontheroad__
|
Em entrevista ao
Music On The Road,
Carol Biazin refletiu sobre
o processo de criação de seu novo álbum
No Escuro Quem É Você, indicado ao
Grammy Latino 2025 na
categoria
Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa. O projeto, descrito pela artista como
um espelho de suas próprias contradições, tem se mostrado também
um ponto de identificação para muitos fãs.
Music On The Road (Emily):
Carol, seu novo álbum
No Escuro Quem É Você
é descrito como um espelho das suas próprias contradições, mas ao mesmo
tempo algo em que muita gente pode se enxergar. Como foi esse processo de
transformar
inseguranças e
sentimentos tão pessoais
em músicas que acabam dialogando com um
público tão diverso?
Carol Biazin: Cara, foi um processo de cura, eu diria assim. De cura e de enfrentar vários medos, de dar de cara com quem a gente realmente é e se permitir se perder um pouquinho e depois voltar.
E depois
se perder de novo e voltar de novo. Eu falo muito sobre
se perder e se encontrar
nesse projeto, e acho que esse foi o processo todo. Eu mesma fugia de mim, e
aí me resgatar de novo. Então acho que
esse mesmo processo de cura foi o que causou a identificação das
pessoas, sabe?
Music On The Road (Emily):
Essa é a sua
primeira indicação ao Grammy Latino
— parabéns! Um marco enorme na sua carreira e para a
representatividade LGBTQIA+
na música. Como você recebeu essa notícia e o que essa indicação significa
não só para você, mas para a
comunidade que você representa?
Carol Biazin: Recebi me sentindo… primeiro, um surto, né? (risos) Não tem como não surtar.
Mas depois que eu processei — e ainda estou processando —, entendi um pouco
esse lugar de
me ver de uma forma até maior do que eu talvez me visse, sabe? Acho que estou com
mais segurança,
mais confiança no meu
projeto, no que eu faço.
É complicado, a gente tenta ser o máximo
agente e
não depender de aprovação, mas o Grammy é um
negócio muito grande pra ignorar esse ponto, né? Então, não vou dizer que
não mexeu comigo —
mexeu muito comigo e com todo mundo que fez o projeto, a equipe toda.
A gente ficou muito
seguro dos próximos passos. Eu sinto que estou um pouco
mais leve — engraçado,
né? Porque poderia pesar mais, tipo: “ah, esse álbum foi indicado, e agora,
f*deu”. (risos) Mas
me sinto mais leve pra ser mais eu
e
fazer cada vez mais o que eu amo.
Music On The Road (Emily):
O álbum traz faixas que já se tornaram
hinos de amor sem barreiras, como
Tiamo Sem Culpa. Qual é a sua visão sobre a
importância da música como ferramenta de representatividade e
resistência, especialmente em cenários que ainda enfrentam preconceitos?
Carol Biazin: Claro, eu acho que a música sempre foi isso, né? Resistência.
Não tem como separar uma coisa da outra.
Ela tá aí pra
impulsionar, pra
te fazer se sentir melhor, pra
te passar a mensagem que você quer ouvir
— ou às vezes
a que você não quer ouvir também.
Acho que
Tiamo Sem Culpa
foi um presente pra mim,
pra eu me olhar e falar: “essa música também é pra você, pra você que sofreu
muito por conta disso”. Mas também pra
todas as pessoas que sempre me disseram o quanto minha música mudou a
vida delas.
Encerrando a conversa, Carol riu ao esclarecer um equívoco que viralizou entre os fãs: a letra de Amor Calmo
foi publicada de forma incorreta no Spotify.
“Não é culpa minha, eu vou me defender!
(risos) No meu bloco de notas está certo: é
um amor calmo e depois
um amor puro. Então decorem aí:
um amor puro!”
0 Comentários